sábado, 1 de dezembro de 2012

O exemplo argentino

A Argentina é um país fascinante pelas contradições que comporta. Estas começam logo na sua localização geográfica. Situada no hemisfério sul e no continente americano, os argentinos consideram-se, sobretudo, europeus. 
A política não é uma excepção. A Argentina é um poço de contradições ideológicas: cada grande partido conta com tanta diversidade interna, que é possível encontrar num mesmo movimento correntes que vão da direita conservadora à extrema-esquerda. Muitas vezes, as afinidades são mais fáceis de encontrar em militantes de diferentes partidos do que em membros da mesma família política.
As principais incoerências argentinas têm-se feito sentir, sobretudo, no terreno económico. Em poucos anos, os governos (formalmente de um mesmo partido) foram capazes de passar do liberalismo radical de Carlos Menem ao intervencionismo keynesiano de Nestor Kirchner. Estas guinadas têm muito a ensinar-nos.
A falência técnica de 2001/2002 continua a constituir um trauma para os argentinos e é um caso único para nos explicar de forma muito clara os riscos que a Europa do Sul corre. Por isso, não me canso de sugerir este documentário. Vale a pena ver e rever.

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